domingo, 30 de novembro de 2014

O Blogue

Um autor que numa escrita intensa
Mistura as letras com competência
Bolando esse tal blogue que pensa
Liberta seus bichos, fala de ciência.

Ontem, amanhã, presente, passado,
Grandes conquistas, descobrimentos
Quase tudo que rola para todo lado
Um dia se torna do blogue um evento.

Então nesse chamado mundo virtual
Pode-se tudo neste blogue encontrar
Encartado talvez entre o bem e o mal.

Nenhum assunto é por demais vulgar
Sem que seja digno de estar no portal
Aonde este autor lhe ataca na jugular.

sábado, 29 de novembro de 2014

Sonhar não paga imposto

Sonho deste poeta, criar um poema
Vindo da fímbria dum onirismo vago
Que fale daquela temperatura amena
Que no íntimo da minhalma eu trago.

Queria a qualidade do ensino exaltar
E do futuro que aguarda a juventude
Colocar todo político em alto patamar
Por sua honestidade e grande virtude.

Ah, nossos bons programas de tevê!
Os enalteço por todo bem que fazem
Iluminam nossos caminhos veja você
E bons exemplos a todos eles trazem.

Mas minha dura consciência antevê
Que boas notícias neste país jazem.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A idade ensina


Sei, sou velho, tenho mais de sessenta
E, sinceramente, ainda não sei qual cor
Será essa que à esta velhice apresenta
Se é uma matiz fria ou ardente de calor.

Mas no fundo tenho uma desconfiança
Não é amarela, vermelha ou alaranjada
Tampouco azul cerúleo ou até faiança
É cor bem neutra que representa nada.

Porquanto é outonal essa tal de velhice
Pois quem é velho parecer não deseja
E pouco importa o que por aí se disse
Nenhum velho quer do bolo ser cereja.

E se alguém diz que ser velho é chatice,
Talvez fique chato quando velho ele seja.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Lepanto


Uns, protegidos com católico manto
Outros, infiéis confiantes na bravura
E desta vez valeu apelar aos santos
Acabar com turcos naquela loucura.

No fim, otomano desfeito em pranto
E cristãos agradecendo sua ventura
Que eles atribuem ao deus o quanto
Valeu manter a crença que perdura.

Voltaram envoltos naquele encanto
Que lhes trouxe essa total varredura
Que jamais se repetirá, no entanto
Pois não guerreia quem tem tonsura.

Assim findou a Batalha de Lepanto,
Mas sua cristã influência ainda dura.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Poetando ser poeta


E nesse mundo mais que imperfeito
Uma só vez ou talvez muitas vezes
Um belo dia um vate quase sem jeito
Medita sobre suas semanas e meses

Pode-se existir sendo poeta apenas?
Ou vale pouca coisa somente poetar
Brincar que é dono absoluto da cena
Rimando vocábulo com seu similar?

Eu, quase o mais inexpressivo poeta
Penso que não precisava ser assim
Onde há treva que a ilumine o esteta
E não precisemos gastar nosso latim.

Talvez a perfeição não seja a meta
Apenas almejemos naco do pudim.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Segue a vida

Entre quatro paredes oprimido
Escrever era o lhe que restava
Se aquilo fazia ou não sentido
Indiferente, letra era sua clava.

Ele escrevia o tempo portanto
Que desvelava como um véu
Nunca tinha sonhos o quanto
Pois era um homem de papel.

E esse claustro nada lhe dizia
Porquanto foi sempre altaneiro
Quem sabe nalgum futuro dia
Assumisse seu ego verdadeiro.

Pois a vida também é poesia
E tramita no próprio sendeiro.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Cada um no seu quadrado

Tudo que a mente concebe existe
Se concreto ou não, pouco importa
Mais real será se ao tempo resiste
Se, não, resta apenas letra morta.

A ciência é concreta e deus não é
O “deus” Stephen Hawking insinua
Ciência é letra, crer é questão de fé
Nada mais que verdade nua e crua

Só não vamos misturar estações
Uma explica e a outra dogmatiza
Exime-se de responder questões
Porque religião não faz pesquisa.

Entretanto se existirem senões
É a ciência que suará a camisa.

domingo, 23 de novembro de 2014

Quem bebe perde as pregas


Sempre fora um filósofo da cachaça
Bebendo umas e outras no botequim
Porque por mal que bebida lhe faça
A marvada pinga é sua muleta enfim.

E quando essa vida lhe dá porrada
Ele não costumar recorrer ao fumo
Sem perder a pose sem mais nada
Aguardente indica verdadeiro rumo.

Nos bares acha amigos verdadeiros
Entediado, naquela tarde de outono
Tomou todas com os companheiros

Então no meio da rua caiu no sono,
Amanheceu com uma dor no traseiro
Porque cu de bêbado não tem dono.

sábado, 22 de novembro de 2014

…e o homem criou deus(es)...


Nos primórdios não havia respostas
Para mistérios que surgiam na vida
Então crer no ignoto era boa aposta
Que apontava para esotérica saída.

Raios, vulcões, quem os controlava?
Cogitava o Homo sapiens ignorante.
Até a morte na ponta de sua clava
Também era um mistério intrigante.

Impunha-se uma solução encontrar
Que lhe explicasse essa paisagem
Que a seu modo era muito singular.

Veio-lhe portanto uma mensagem
Para se colocar num místico altar
E assim criou deus à sua imagem.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Negritude


Todos na África temos um pé
Uns têm até dois muitas vezes
De maneira que ser homem é
Outro animal tal qual as reses.

É essencialmente mera tolice
Negar que somos todos iguais
E se tu mais que outro se disse
Garantido que pro céu não vais

Reais nossas igualdades são
Importa pouco viemos de onde
Também produtos da evolução.

Um branco, um negro esconde
Dentro de uns os outros estão
E a isso que tudo corresponde.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Tempos outros


Ah, que saudade da guerra fria
Que era o arreganhar de dentes
De tiro e bombas não se morria.
Somente atrito entre dementes.

Uns que outros diziam se odiar
O resto do mundo em suspense
Sabendo que seria muito azar
O mortal embate de non sense.

Mas o fim das ideologias então
Na guerra  colocou ponto final,
Porém ódio oriundo da religião
Encaroçou de novo o mingau.

Aqueceu a guerra, um calorão!
E a paz novamente foi pro pau.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

19/11 - Lábaro estrelado


Ordem e Progresso, dístico positivista
Diz-nos o que do Brasil se esperava.
Invés de passarmos o país em revista,
Aqui se faz sujeira mas nunca se lava.

Destruímos nossas florestas e matas
Assim como poluímos os lagos e rios
Bicho que anda, nada ou voa se mata
A flora como a fauna estão por um fio.

Nossa política é sinônimo de sujeira
Dois terços da população passa fome
E farra em Brasília continua maneira.

Importa também quem tem um nome
Rapaziada na rua adora quebradeira
A vida é boa pra quem muito consome.

J & D

Eram desafinados, Júlio e Daniela
E sentiam profundo ódio no amor
Pois Dani foi feita de uma costela
Dele Júlio, o qual sente muita dor.

Eles curtem romance paradoxal
De chorar enquanto separados
Mas enquanto juntos cair no pau
Parecendo apenas dois tarados.

Felizes e zangados sempre estão
Vai um amando ao outro também
Seu romance tal qual um vulcão
Que as vezes vai, as vezes vem.

Pois lhes apraz o olho do furacão
Do qual seu dia-a-dia é um refém.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Trepar é preciso

Pois existe momentos nesta vida
Que o emocional excede a razão
É quando a sexualidade incontida
Acorda o nosso dormente tesão.

Quando ela, feromônios espalha
Nossa cabeça inferior desperta
E por simples dá lá aquela palha
O velho culhão na cueca aperta.

É uma reação perfeita, natural
Que ao homem deu a natureza
Porquanto este ser é um animal
E quer trepar com maior certeza.

Foco pois numa trepada normal
Como rapace comendo a presa.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Há poetas e poemas

Se a vontade e o amor não finda
Nesse imenso desolado universo
Haverá porquanto espaço ainda
Para o poeta produzir seu verso.

Pelo poema o vate respira então
Este pelo poeta respira também
Porque um vive no outro, senão
Poeta sem verso será ninguém.

Claro é, um equilíbrio tão perfeito
O produtor com o seu produzido
Pois a natureza tudo tem seu jeito
Para fazer uma coisa com sentido.

Poeta de sentimento não estreito
No poema coloca o eu destemido.

sábado, 15 de novembro de 2014

Soneto-acróstico A xereta


Coriscando na vastíssima escuridão
Avança reta, célere a sonda Rosetta
Riscando vácuo sem aceitar um não
Obtusa, muito solitária é essa xereta.

Não há para ela obstáculo nesse vão
Ainda que pareça objeto de opereta
Nos confins do universo é que estão
Os mistérios de um tão velho cometa.

Continua a sonda nessa tenaz missão
Ouvindo ruídos os quais não são treta
Mas teimosa nada teme, nem apagão.

Enfim pousa mas não atraca a lanceta
Torna-se pois uma incógnita de plantão
Apenas três pernas a mantém cambeta.

Soneto-acróstico Orquídeas


Bem longe dos olhos dentro da floresta
Encontram-se orquídeas as mais belas
Láurea multicolorida a qual a nós presta
A velha natureza com múltipla aquarela.

Se existem flores assim mais cativantes
Outro é seu universo, pode ter certeza
Raríssima, até alguma que nos espante
Quando nos parece uma flor indefesa.

Um dia porém, todos de pronto se dirão
Íntimos dessa dádiva que não tem igual
Dedicando às orquídeas amor e paixão.

E assim a orquídea terá o mundo afinal
Ajoelhado, pasmo em servil genuflexão
Sabendo-se conquistado pelo seu visual.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Soneto-acróstico, A Morte

Um evento absoluto porém universal
Morremos todos quando chega o dia
Se fôssemos eternos, ô vida sem sal!
O fato da passagem dá à vida alegria.

Nem tanto a terra, nem tanto ao mar
Eventual e nada certo virá ela quando
Tudo que sabemos: é sempre regular
Onde estejamos ela está observando.

À ceifadeira ninguém dedica poemas
Morre-se e os poetas se calam então
Ou ela é ruim ou cheia de esquemas.

Realmente, um dia todos aqui estão
Totalmente alegres e sem problemas
E sem um aviso ela chega de roldão.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Acróstico


Palavras são o que de melhor existe
Rasas, escrupulosas ou até levianas
Assim como a palavra pode ser triste
Zelosas até quando tu as abandonas.

Esmerado texto essa escritora o faz
Reúne originalidade e veraz talento
Dizer loas a essa autora tanto capaz
Eu faço alegre a qualquer momento.

Escutemos o que ela tem a nos dizer
Seus sonhos e opiniões que escreve
Convida-nos pensar e também viver
Reparando que comunicação é breve.

Escrever por prazer é a coisa melhor
Vive-se pois aquilo que se comunica
Então escreve-se de memória, de cor
Relembrando apenas aquilo que fica.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Acróstico, Olhos sedutores


Sabe que quando existe aquele olhar
Em que se perde um homem racional
Um modo do feitiço não nos paralisar
Obriga-nos a parecermos cara-de-pau.

Lucidez não acode o estúpido homem
Havendo por trás dos olhos uma mulher
Assim que a vê os escrúpulos somem
Resolvido fica arriscar o que der ou vier.

Quando esse universo conspira assim
Um vivente perderá suas estribeiras
Ele sente-se excluído de algum butim
Haja lágrimas para suas choradeiras.

Indo de encontro a seu melhor instinto
Põe a cabeça de baixo para funcionar
Naquele justo momento seu ativo pinto
Ousado, vai fazendo que lhe é familiar.

Tarado não é o carinha que assim atua
Infelizmente alguém que então zomba
Zoando desse pau duro em plena rua
Altera fluxo natural como uma bomba.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Acróstico, Peladona em POA


Aqui caminhando pelada na avenida
Porquanto meu corpo ainda o permite
Em ruas e praças de bem com a vida
Leve e solta testando qualquer limite.

Assim pelada apareço nos telejornais
Dou motivos de sobra para manchete
Ousada e tranquila e todos os que tais
Na verdade até dizem que pinto o sete.

Andando ou correndo não me importa
Na alameda sou o centro das atenções
Atentos passantes com sua visão torta
Sabem que pareço a viagra dos varões.

Aqueles porém que olham com malícia
Veem em mim um foco de libidinagem
Então cinicamente chamam até polícia
Negando que meu corpo é boa imagem.

Insisto na nudez enquanto for gostosa
Distraio os humanos e alegro nosso dia
Apesar disso tudo não fico nada prosa
Sorrio e serenamente distribuo alegria.




segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Novos tempos


Pois é, veio célere essa tecnologia
Com intuito de pessoas aproximar
E deixar a sociedade em harmonia
Num avanço direção a outro limiar.

Porque o que veio é novo começo
E, as vezes, as coisas dão errado
E humanidade então paga o preço
De não ter compreendido recado.

Einstein não jogava conversa fora
Então viu o homem deslumbrado
Que esqueceria a vida de outrora
E ser humano que está a seu lado.

Aderiu somente ao aqui e agora
Apenas pelo celular apaixonado.

domingo, 9 de novembro de 2014

Acróstico - O Muro


Contra um raciocínio mais elementar
Ante um planeta em total estupefação
Inimigos do mundo num gesto singular
Obtiveram separação do povo alemão.

Mauer monstruoso, parede opressiva
Um muro assim chamado da vergonha
Resistiu décadas como barreira viva
Ostentando a transcendental peçonha.

Derrubou-o povo depois que Gorbachev
Em gesto grandiloquente criou Glasnost
Bendisse liberdade apesar duma greve
Embora a Alemanha Oriental não goste.

Raiou uma luz que humanidade ilumina
Longe portanto daquela bota opressora
Indicando nascimento de nação menina
Maior, muito maior do que outrora fora.

Vida que segue


Sonho contido em campos de liberdade
É o que enfim nos torna seres humanos
Porque é o sentido da vida na sociedade
Que nos move e está em nossos planos.

Quando dessa natureza escorre orvalho
Que molha o penoso caminho um tanto
Lembre que na existência não há atalho
Que minimize o sofrimento um quanto.

Porém se carícias essa vida te oferece
Lembre-se que um amor a tudo vence
E se triunfas ninguém jamais esquece.

Andando pelo jardim então não pense
Com o que aquela belezura se parece
Fazendo do que existe um non sense.

sábado, 8 de novembro de 2014

Ah! Esse tal tempo!


O tempo passa por nós e nos ignora
Mesmo jovens e cheios de esperança
Se olharmos prá dentro e não pra fora
No fundo encontramos uma criança

Se o tempo chega, depois vai embora
Dará sentido a nossa existência assim
Somos hoje mais do que fomos outrora
Mesmo numa vida meramente chinfrim

Cada dia é como apreciar nova aurora
Olhando futuro esquecendo o passado
Pois quem vive o dia-a-dia não chora.

E num passeio matinal mais renovado
É como não querer jamais ir embora
Permanecer neste planeta bem colado.