sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Caminho

Nunca desistas do sonho sem luta
Um desistente anônimo não sejas
Pois se não fores do bolo a cereja,
Também não sejas um filho da puta.

Mais que o objetivo vale o intento
Um óbice existe para ser vencido
E luta é que dá à vida um sentido,
Então não se deixe levar pelo vento.

De sua existência um exemplo faça
E viva bem com poucos recursos
E o que outros possuem não queira.

Tenha em mente o que destino traça
Ande sempre no escolhido percurso
E terás pela frente uma vida inteira.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Um dia


Quando sol se mostra descoberto
De nuvens intrusas se despindo
Para nós o mundo está sorrindo
E felicidade está bem mais perto

Ah, quando se mostra o dia claro!
Bem mais fácil nesta vida acreditar
Então crer numa existência salutar
Porque vive-se um momento raro.

Aproveitemos o que se apresenta,
Porque pode nunca mais se repetir,
Pois chorar as pitangas nada vale.

Mantenha então sua mente atenta
Curta o presente e espero o porvir
E quando existe doçura se regale.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Acróstico - Enfim a fé piscou!


Por centenas de anos, negou a igreja
Ao mundo que sobejavam evidências
Provando para que toda a gente veja
A Terra é redonda conforme a ciência.

Francisco num ato de extrema bravura
Repudiando ignorância que então vigia
Assume verdade que sempre perdura
Nada é como a igreja até agora dizia:

Concordamos que o Big Bang é viável
Infelizmente não pensávamos assim
Seja pois também o universo instável
Com toda implicação tintim por tintim.

Outra coisa também é bom que se diga
É a evolução compatível com divina lei
Outra qualquer explicação será inimiga
Bem dito, criacionismo é bobeira eu sei.

Inclusive entre fé e ciência não há briga
Conhecimento científico é fundamental
Hoje a igreja retira-se de qualquer intriga
Onde há ciência fé não põe colher de pau.

Pastiche

Eu não preciso, mas se preciso for
De uma ferida, poema então faço
E até sem engano mas com ardor
Estreito e aperto muito mais o laço.

De que me adianta saber portanto
Se haverá ou não vida em marte
Pois isso nada me traz, enquanto
Nada posso te oferecer ou dar-te.

Quando a noite chega adormeço
E tudo que passou durante o dia
No meu sonhar profundo esqueço.

E a cada amanhecer com alegria
Vivo novamente o que eu mereço
Coloco meu sentimento na poesia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Justiça?


Meu amigo, no Pindorama é assim
Quando acusado tem muita grana
Haverá gente que gasta seu latim
Defendendo um sujeito tão bacana.

Se for preto, pobre ou prostituta
A cadeia está repleta, veja você
Pois podem até ter boa conduta
Mas foram amaldiçoados com “P”.

Então, não me falem em justiça
Neste Pindorama de faz de conta
Aqui até judiciário tem preguiça
E dedo acusador jamais aponta.

Se tem dinheiro merece missa
Porque aqui ser pobre é afronta.

domingo, 26 de outubro de 2014

Vamos às urnas!


Vamos às urnas votar obrigatório
Outra coisa não recomendo fazer
Também sonhar futuro transitório
Onde vai imperar o ócio e o lazer.

É votando que chegamos a nada
Dois candidatos sem algum nexo
Ou rejeitamos essa dura parada
Como vítimas que somos do sexo.

Aquele que ganhar nos foder vai
Resta-nos então relaxar e gozar
Ansiando que seja mamãe papai.

Logo saberemos quem vai ganhar
Homem ou a mulher um deles cai
O outro vai direto na nossa jugular.

sábado, 25 de outubro de 2014

Aos indecisos

Àqueles indecisos aproveito ensejo,
Sugiro atirar para o alto um vintém
Usualmente como se externa desejo
Respeitando seu resultado também.

Não espere milagres, mire os fatos
Apenas se moeda de volta não cair
Sufrague qualquer dos candidatos
Então aguarde por um inepto devir.

Longe do escrutínio de outra gente
Em seu nicho de voto assim secreto
Imagine-se eleitor deveras influente.

Torne-se um militante eleitor-objeto
Ousado, dono de voto inconsciente
Restaure regime de ladrões repleto.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Às compras!


Liquidamos, aproveitem a promoção!
De bons e úteis  bens somos arautos.
Vendemos tudo armando um alçapão,
Nosso foco, os compradores incautos.

Antes comprava-se só ali na esquina
Aquilo que era autêntica necessidade
Por impulso já se adquire até creolina
Independente do custo ou da vontade.

Para o comércio somos apenas caça
Que sem trégua deve ser perseguida
Então contra isso não há que se faça
Que aponte ao comprador uma saída.

Passear no shopping center é massa,
Mesmo vítima de compra desmedida.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Química


Sem a química não haveria milhares
De produtos que facilitam nossa vida.
E uso na guerra apesar dos pesares
Não supera a aplicação em pesticida.

Pois a química está presente no lar
E nas indústrias que dependem dela 
Transforma substâncias em todo lugar,
Seja no banho, quintal ou na panela.

Química é por isso ciência estranha?
Oculta, misteriosa tal como alquimia?
Por certo eivada dalguma patranha?

Não, é uma matéria clara como o dia
Lógica, esperta que move montanha,
Espécie de matemática com alegria.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Que merda!


Que a todos nós alcança a idade
Uma irrevogável constatação é
Acima de tudo essa crua verdade
Não se trata uma questão de fé.

De repente doem todas as juntas
Ontem eu era um jovem sestroso
Chega agora hora de perguntas
Hoje sou apenas homem idoso?

E nalgum ponto perdi o bonde
Ganhando quilos perdendo vida
Aquilo que eu tinha está aonde?
Aquém, talvez além da avenida.

Viver muito será prêmio ou peso
Em resposta de como se viveu
Longe da tristeza com vigor aceso
Homem sente que o mundo é seu

Idade seja portanto bem vinda
Com tudo que o velho aprendeu
Encantado com esse viver ainda
É como se novamente nasceu.

Finalmente, coisa ruim também
Ontem era fazer sexo todo dia
Deitado, em pé, dizendo amém
Agora para trepar falta energia.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Democracia?


Manhã radiosa no planalto central
Assim como quase todos os dias
Inverno, verão não importa o qual
Sabe a atmosfera torpe de vilania.

Unem-se ladrões de todos quilates
Mordendo famélicos o nosso erário
Deliciando-se como fora chocolate
Infensos ao povo sem o necessário.

Ali se estabeleceu ilha da fantasia
Entre hadoque, caviar e vinho fino,
Mulheres, pérolas vasta mordomia
Baloiçando ócio ao som de violino.

Resta ao povo com a utopia sonhar
Ansiando por uma radical mudança
Sem a qual continua o deixa estar,
Ímpios políticos em pura abastança.

Lamentável essa mutreta peculiar,
Incúria que deixa o povo na dança
Assim como elite na teta a mamar.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Aqui no Patropi

Ontem vivíamos só de esperança
Brasileiros sonsos amesquinhados
Realmente tratados como crianças
Apenas em campanhas lembrados.

Somente silêncio da urna emana
Implacável silêncio de abastança
Logo que eleito político dá banana
Povo elege a espera de mudança.

República de faz de conta isto sim
Exemplo de país das maracutaias
Condena-se pobre a comer capim
Ignorando homem público as vaias.

Salve, salve esse lindo pindorama
Aonde a Lei de Gérson é adotada
Menos vale realização que a fama
Uns se locupletam e a outros nada.

Dizem-nos que isso muda um dia
Até cremos tal como quem herda
Ricos, felizes e cheios de alegria
Porém continuamos nessa merda.

Assim caminha nossa triste vida,
Rico roubando a comida do pobre
Animado porque ele sabe a saída
Vestindo manto que tudo encobre.

Insisto em dizer, esperança não há
Vejo à nossa frente futuro nenhum
Esperar portanto para ver o que dá
Resulta em volatizar igual ao pum.

domingo, 19 de outubro de 2014

Ciência é isso

Amigo, a tal ciência nos é estranha
Se a vemos não atinamos o porquê
Porque ignorância nos acompanha
Somos todos estultos, imagine você.

Mas a ciência está aí mesmo assim
Nos afazeres do dia-a-dia presente
Não é prá julgá-la se é boa ou ruim
É constatar que ela é consequente.

Mas entende-la não nos custa nada
Porquanto é toda lógica e racional
E seu caminho é uma larga estrada.

E com apenas boa vontade afinal,
A ciência pode ser acompanhada
Sem nenhuma qualidade especial.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Politicanalha


Dois candidatos frente a frente
Encarando-se até sem respeito
Baixarias e mentira inclemente
Assim Aécio e Dilma têm feito.

Tudo fazendo para se denegrir
Enquanto fazem e dizem nada
Politizando até mesmo o devir
Ora, na tela somente porrada.

Luta inócua entre dois poltrões
Íntimos de toda inconsistência
Tem zero respostas só senões.

Indiferentes a qualquer decência
Com que resolvemos questões.
Onde há político haja paciência!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Eugenia uniflora


Depois do inverno a primavera.
Indiferentes a essas estações
Algumas pitangueiras sinceras
Soltam os frutos aos montões.

Deixam que frutas amadureçam
Especiais, olorosas, sazonadas
Pegá-las antes que apodreçam
Impõe-se a priori de mais nada.

Tanto é que procedemos assim
Atacamos a velha pitangueira
Nos esconsos de nosso jardim.

Gostosas além da brincadeira
A essas pitangas dizemos sim
São certamente fruta maneira.

Vai seguindo

Pingos de sol, ruídos, coisas pequenas
A manhã que segue, murmúrio, vozes
Uma perfeita vidinha cotidiana apenas
Sem que aconteçam eventos atrozes.

Desejos e gotas se espraiam nas ruas
E pensamentos nos balanços da brisa
Tal como que maravilhas nuas e cruas
Um grelhado chiando na chapa avisa.

Pretinho básico para saciar o vivente
Tempo meio torto descendo a ladeira
E uma turba que se move lentamente.

É uma vida quase sem eira nem beira
Mas igual e monótona prá toda gente,
Mesmo assim há quem não a queira.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

À mestra


Desde o alvorecer mais remoto
Inda que não lembremos disso
Aquele ser dedicado até devoto
Deu à sabedoria um maior viço.

Amanhã como sempre, continua
Professoras são nosso baluarte
Respeitá-las na sala ou na rua
Formadoras exercendo sua arte.

Escola é um templo iluminado
Sobre isso nós estamos certos
Sem ela nada há, só passado.

Ouçamos com ouvidos abertos
Regras e conceitos ministrados
Assim nós ficamos bem espertos.

Vende-se sabedoria

Vendemos gramática, letra e texto
Porquanto isso tudo é mercadoria
Sai mais barato adquirir um cesto
Como em qualquer sacolão seria

Existe aqui um grande sortimento
Temos inglês, história e geografia
Produtos autênticos cem por cento
Um válido diploma é nossa garantia.

Pois como no botequim da esquina
Bens vendemos até em prestações
Porque vender ensino é mera rotina
E a algibeira enchemos de dobrões.

Contudo se o saber não o ilumina
Não venha culpar nossos balcões.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Poetas

Não existe poeta de linhas já traçadas
Cuja vida fora escolhida previamente
Bardo de alma e mente inconformadas
Vive apenas o dia-a-dia simplesmente.

Sua estrada sinuosa não será plana
Vai versejando ao léu pelo caminho
Em geral o acompanha Maria Juana
Porquanto ele jamais estará sozinho.

Vira estrela um poeta quando morre
Que é certamente uma compensação
Talvez reconhecimento que o socorre
Por seus dias de amarga desilusão.

Porém se quase sempre está de porre
Caga e anda para esse velho mundão.