quinta-feira, 16 de abril de 2015

Escargô


Lá vem rastejando o lento caramujo,
Cheio de preconceito homem o trata:
Essa lesma nojenta, molusco intrujo.
Então, enojado, muitas vezes o mata.

Visando redimi-lo eu as vezes corujo,
Mesmo que não seja um bicho pirata,
Vale tanto como um cachorro sabujo,
Que alguns homens colocam na nata.

Dessa lesma que por comível estrujo
O gurmê francês deglute com batata
À moda campaniére, à maneira Araújo.

E também muito mais lhe digo na lata
Se num cardápio aparece, eu não fujo
Como, lambo os beiços, faço bravata.

4 comentários:

  1. Isso ai, meu caro amigo poeta Jair, nojentos somos nós!
    Um abraço. Tenhas um bom dia.

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  2. Oi Jair
    Eu não sou nojenta, adoro frutos do mar, mas por ora troquei-os por remédios e meu estômago está a mil
    Beijos

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  3. Pois é, mas esse não desce, amigo! Não por achá-los nojentos, mas outro motivo qualquer...Tentei, tentei... Talvez com bastante pimenta e temperos... E a coisa é chique!
    Abraço!

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