quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Saudade


Saudade é adaga que peito apunhala,
E ferimento que produz chaga imensa,
Escurece a visão e até emudece a fala
Faz um crente acreditar na descrença.

O dia escurece enquanto a noite cala
Na alma que não suporta tanta ofensa
Enquanto a existência lá longe estala
E o universo em seu pesar não pensa.

Porque coração magoado fica estreito
Emoldurado numa tristonha escuridão
Enquanto dor não se vai não tem jeito.

Se existe saudade é melhor dizer não
Melhor colocar um cadeado no peito,
Ou se conformar com nefasta solidão.

2 comentários:

  1. SAUDADE, caro amigo poeta Jair, realmente é faca enterrada no peito. Hoje já ganhei o dia, pois acabo de ler um bom soneto.
    Um abraço. Tenhas um ótimo dia.

    ResponderExcluir
  2. Muito, muito bonito, forte, triste, mas a saudade é assim, faz seu rebuliço e se vai... e a gente fica esperando que não retorne.
    Os sentimentos que entristecem dão lindos sonetos, não, Jair? Sempre vou direto nesses sonetos...
    Abração, amigo!

    ResponderExcluir