sábado, 4 de fevereiro de 2017

Sonho


Pois sonho que sou um cavaleiro andante.
Tal como um visionário Don Quixote
Ávido de reconhecimento e holofote
Que, numa viva aventura, segue adiante.

Entretanto, sem armadura fulgurante,
Nos moinhos inimigos vou dando bote
Como cúmplice, Rocinante, no pinote
De olhar puro e galope beligerante.

Mas é muito diferente minha verdade
Com alma fatigada num corpo vazio
Atormentado pelo pavor que me invade.

Então sem emoção e de coração frio
Deserdado do mundo, da sociedade
Sou criatura viva apenas por um fio.

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