domingo, 30 de julho de 2017

No rolar do tempo

Não é possível tomar tudo que se queira
Porquanto, é limitado alcance da vida
Mais adiante uma intransponível fronteira
Onde esta existência nunca será florida.

Pois no Planeta terra, pela vez primeira
Se verificou vida inteligente surgida
Que se alastrou, e que as vezes se esgueira
Desdos primórdios até futura partida.

Um dia a vida finda não sou eu que digo
Uma consequência da evolução, parece
Ocorrerá com você, com ele e comigo.

Porque matura e acaba, tudo que cresce
Tal como as sementes na espiga do trigo
E Homo stultus junto aos demais, fenece.

sábado, 29 de julho de 2017

Viver? É só viver!

Na eterna busca da nossa felicidade
Talvez encontremos desalentos também
Porquanto sequer existe voz que nos brade:
"Venham por este caminho que só luz têm."  

Contudo, nos leva nas costas, a esperança
E pela vida nos faz tudo que pudera
Enquanto nosso corpo no ignoto se lança
Onde só o mais forte nunca se desespera.

Contudo, levamos nas costas, o passado
Repleto com todo o saber deste milênio
Sinceramente, nem notamos se é pesado.

Se com o mundo estabelecemos convênio
Levamos o equilíbrio bem ao nosso lado
Sendo que pra viver não precisa ser gênio.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O óbice

No planeta toda natureza se enreda
E, cada átomo, por efeito borboleta
Intrincada relação com outros hospeda
Numa intimidade transcendente, sem treta.

A falha num elo da corrente, tudo queda
E, não há desatino que não se cometa
Em escala universal o homem depreda
Como se, esta vida e quejandos fosse peta.

Contudo, há como inverter esta tendência
Desde que certas providências se tomem
É obliterando somente uma existência
Que todos os problemas rápido somem.

Então qual será essa vital experiência?
É só exterminar para sempre o homem!

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Um dia a casa cai!

No futuro diremos: cadê a primavera?
O que foi que fizemos com a natureza?
E erramos, até onde tínhamos certeza?
Se foi isso, a vida neste Planeta já era.

O Homo fez todo mal que um dia pudera
Antes, para colocar alimento na mesa
Após, só para exibir poder sobre a presa
Então marcar de violência esta sua era.

Porém por tudo que fez pagará o preço
Porquanto, não existe almoço de graça
Então, do extermínio é apenas começo.

Homo ameaçado, porque uma ameaça
Que virou toda a natureza pelo avesso
O que tornou a vida no Planeta escassa.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

26/07 Dia dos avós

Lembro, os meus avós eram doces velhinhos
Já contemplativos com memória falha
Pareciam viver noutro mundo, sozinhos
Cientes de cada luta, cada batalha.

Meus avós pareciam meio transparentes
Magros, saúde um tanto comprometida
Já não dispunham de seus verdadeiros dentes
E, talvez já cansados de viver a vida.

Porém, hoje as coisas não são mais assim
Pois todo velho à tristeza espanta: xô!
E também não fica pensando no seu fim.

Não ao tempo de ficar triste, borocochô!
Contudo, digo tal coisa apenas por mim
Porque recentemente me tornei um avô.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Indriso - Versos e sonhos

Indriso é uma nova modalidade poética formada por dois tercetos, seguidos de dois monósticos (estrofes de apenas um verso). As rimas e a métrica ficam a critério do autor. Eu adotei versos decassílabos e pretendo experimentar rimas, como faço nos sonetos. Neste caso, adotei rimas aLternadas em todos os versos: ABA- BAB - A - B.

Auto compõem-se, meus versos, então
Porquanto a eles nunca eu me oponho
Tem, cada um, própria definição.

Muitas vezes traduzem algum sonho
Mas, não somente sonho de verão
Nem talvez algo um tanto bisonho.

Contudo, sei como os sonhos são

Tudo, menos evento enfadonho!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Rondel - Justiça

Ladrão neste país é um covarde
O qual, do pobre, rouba até mingau
Para puni-lo, sempre se faz tarde
Então quase nunca vai para o pau.

Canalha é nosso tremendo mal
Pois roubam erário e fazem alarde
Para puni-lo, sempre se faz tarde
Então quase nunca vai para o pau.

E nossa vontade de prendê-lo arde
Todos queremos justiça afinal
Portanto, que a cadeia não mais tarde
E prendamos o perverso marginal
Ladrão neste país é um covarde.

domingo, 23 de julho de 2017

Indriso - Procurando fazer

Indriso é uma nova modalidade poética formada por dois tercetos, seguidos de dois monósticos (estrofes de apenas um verso). As rimas e a métrica ficam a critério do autor. Eu adotei versos decassílabos e pretendo experimentar rimas, como faço nos sonetos. Neste caso, adotei rimas repetidas em todos os versos.

Descobrir como se faz eu preciso
Por certo, tento parecer conciso
Não é caso pois, de ser indeciso

Sequer sei em que solo então piso
E, por isso, leio tudo e pesquiso
Contudo, vou lhes dando um aviso

Mas parcialmente a frente diviso


Como fazer um quase bom indriso!

sábado, 22 de julho de 2017

Poesia e prosa

Me encanta a poesia e cativa a prosa
Com elas, a minha inspiração renasce
As vezes verve boa outras ominosa
Ainda que um parco talento me abrace.

Aflora-me algo numa hora silenciosa
É quando eu encaro minha musa na face
E, fico feliz, se ela meu texto não glosa
Por mais que certas insanidades eu trace.

Se não produzir, morre o poeta e escritor
Pois, letra e palavra fonte de vida o são
Temperadas com uma pitada de dor.

As vezes, contribui o amor sem solução
E sofrer seja agora ou que dia for
E a qualquer tema o autor nunca diz não.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

História parcial

Registro antigo, nalgum livro amarelento
Tudo escrito, cada evento, data, ou dado
Nada claro se houve lamúria, lamento
Ou sobre lágrima de quem tenha chorado.

A história parece ter claramente intento
De exaltar herói, mas ignorar derrotado
E registrar tão somente, escolhido evento
Aumentar a importância do herói soldado.

Gosto da história, porém óbices eu tenho
Pois, nos registros não surge gente comum
Por que retira-las com esse tal empenho?

Bem sei que pobre operário é só mais um
Contudo, quem fez a cruz, ou cortou o lenho?
Será que o pobre na história é mero pum?

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Procura

Apenas desmontar camada por camada
Ou desenrolar o novelo, como eu desfio
Assim que se chega ao imo, meu camarada
Todo saber do mundo, enrola-se num lio.

Há que pegar na veia, na veia sangrada
Sob um risco de se encontrar nalgum vazio
Sabendo que não será vale tudo ou nada
Cá com meus botões silencioso balbucio.

Porém, mais importante, a desenvoltura
Para encarar desafios, erguida a fronte
E lembrar que, aquilo que se faz perdura.

Talvez, limite esteja além do horizonte
E ninguém, necessariamente, o procura
Porquanto não há ganho que se confronte.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Vida

O universo na descomunal estrutura
Criou toda a matéria, o etéreo e a beleza
Tudo que existe, que é, será e que dura
E não esqueceu da alegria e da tristeza.

Contudo, a trilha da vida parece insegura
Porquanto, esta possui certa delicadeza
Requer um grau elevado de apego e ternura
Que deve ter muito cuidado com certeza.

Mas a vida do Planeta surgiu na lama
Então tornou-se mágica nossa existência
Essa que por todos os cantos esparrama.

Vida que, muitas vezes, há que ter tenência
De construir morada, até a própria cama
Cuja habilidade vai de arte à ciência.