domingo, 25 de fevereiro de 2018

Via crucis do bardo

Pela estrada, aquele que, sem pecado,
que não se vê pecando neste instante;
mesmo quando, seguindo adiante,
vai continuar sendo imaculado.

É um bardo de coração lacerado,
que, racional, ativo e pensante;
numa via crucis assaz torturante
carrega a dor no peito magoado.

E, não obstante essa mágoa suprema,
lhe tolhe os braços pesada algema;
não há, portanto, desdita maior.

Do vate, não se ouve algum reclamo;
poeta bravo, assim eu o chamo;
as dores do mundo sabe de cor.

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