domingo, 8 de abril de 2018

O biltre

Como veraz rei do mundo, esse sociopata,
boçal, cheio de  pura marra e arrogância;
por aí, se diz  imune  a lei e fala  na lata;
sou pobre, mas se sabe, vive na abundância.

Pois, combate à corrupção era seu discurso,
que ávido, às massas ignaras ele pregava;
porém, traiçoeiro  como abraço  dum urso,
rapinou e roubou sem peias, sem trava.

Deixou  roubar, contudo, de  nada  sabia,
mas, seus áulicos sequer sabem trabalhar;
preferem  malbaratar,  tramar  na  coxia.

Eis que, na prisão, local  limpo e salutar,
tem tempo de pensar  em tudo que fazia,
pois enquanto roubava não havia pensar.

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