sábado, 5 de maio de 2018

Divagando

Não desejo, mas ouço a voz dos ventos,
lufas frias, ferindo como adagas;
parece a mão armada dos elementos,
que no oceano rola as altas vagas.

Longe do suposto drama, caminho,
vou pensando, mudo, seguindo o trilho;
lentamente, pois sei que estou sozinho,
e o que penso com ninguém eu partilho.

Um poeta, compõe versos e sonhos,
e, certamente, não procura a glória,
sei, portanto os pés no solo os ponho.

Também não busco lugar na história,
num pedaço de brilho que disponho,
quero apenas não findar em escória.

2 comentários:

  1. Belo poema, onde os versos retratam sentimentos e uma sinceridade admirável!

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  2. Belo soneto, meu caro amigo poeta Jair, por onde desfila tua criatividade. Muito bom mesmo. Um abração. Tenhas um belo domingo.

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