quarta-feira, 23 de maio de 2018

Poeta louco

Pregando no deserto, louco, andava,
trânsfuga vate, transido de amor;
mas por que enlouquecido ele estava,
não sabe que amar o faz vencedor?

Mas manter vida saudável, cismava,
deseja simplesmente recompor;
contudo, sua mente não deixava,
paixão punha o cérebro no torpor.

Mas o bardo há perdido a razão,
porque amor lhe é estranho talvez,
e seus neurônios perplexos estão.

Louco, porque louco romance o fez,
Eros, com a varinha de condão,
desativou sua plena lucidez.

3 comentários:

  1. Acordei hoje, um dia ímpar para mim, falido peço licença do trabalho para voltar pra casa (a casa torna)... então leio este poema e me vejo perdido de amor ausente, "transido de amor", e mesmo assim nada adiantou, apenas a loucura, que é única que é,minha..............grande Jair Lopes, senhor de todas as palavras, as para mim principalmente, obrigado.
    ps. Carinho respeito e abraço.

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  2. Que lindo poema, tens o dom de poetizar assim, bem sabemos que paixão é dor e põe o cérebro no torpor!
    Todo poeta é mesmo meio louco!
    Amei ler e aproveito para agradecer o carinho da visita e sempre amável em seus comentários!
    Abraços apertados amigo Jair!

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  3. Muito bom, vejo que teus poemas brotam com muita facilidade, vêm lá do fundo da alma e despejam o que está pulando de felicidade ou encucado com alguma coisa que sempre nos incomoda. E saem assim, verdadeiros e com o qual nos identificamos. Na verdade, amigo, todos temos um pouco de loucos, uns mais, outros menos. E os poetas são sensíveis ao extremo à isso. Serão mais loucos? Não; talvez mostram com mais facilidade e sem barreiras!!
    Muito bom, muito!
    Abraço!

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